“O trabalho desenvolvido com crianças
autistas aqui é simplesmente maravilhoso!”. Foram com essas palavras que a
enfermeira e servidora da Prefeitura de Manaus/AM, Erika Augusta do Amaral
Coelho resumiu uma semana de intercâmbio técnico junto ao Centro
Municipal de Atendimento Educacional Especializado para Autismo – CMAEE Autismo
de Ji-Paraná, na manhã desta quinta-feira, 28 de novembro, em uma reunião com
os país e profissionais da unidade. Estiveram presentes ao Centro de Autismo, o
prefeito Marcito Pinto e a secretária municipal de Educação, Edilaine Alves da
Silva Nogueira.
Além da enfermeira, a fonoaudióloga Ana
Cristina Furtado e a socióloga Mira Suelen Machado Batista vieram a Ji-Paraná
com o intuito de observar e trocar experiências. Indagadas pelo próprio prefeito
sobre como chegaram informações do Centro de Autismo de Ji-Paraná lá no Estado
do Amazonas, elas explicaram que ficaram sabendo do trabalho realizado aqui por
intermédio da médica Camila Milagres, de Belo Horizonte/MG, do psiquiatra
Vinicius Barbosa, de Campinas/SP e da terapeuta Patrícia Piacentini, de
Recife/PE que acompanharam a implantação do Centro há alguns anos e que,
segundo Erika, “falaram maravilhas” do Centro de Autismo de Ji-Paraná.
A surpresa das profissionais da saúde de Manaus
ao presenciar o funcionamento do Centro de Autismo se deve ao fato de que lá,
na Capital Manauara, apesar da população de aproximadamente dois milhões de
habitantes, mais de dez vezes a população ji-paranaense, existe apenas um
Centro de Atenção Psicossocial Infanto-juvenil (CAPSI) e o atendimento às
crianças autistas acontece no mesmo espaço, porém em dias alternados, em que
são atendidos crianças e jovens com problemas como álcool e drogas,
esquizofrenia e outros tipos de transtornos mentais.
“Em Manaus, trabalhamos com nossas crianças
autistas com o mesmo modelo que vocês, o DIR Floortime, mas em proporções bem
reduzidas”, explicou Erika.
Os elogios das profissionais manauaras não se
limitaram ao espaço físico, mas também à capacidade técnica dos profissionais
que trabalham no Centro de Autismo e até mesmo à relação dos profissionais com
os pais das crianças e a presença deles na unidade.
“Parabéns mesmo. Estamos levando ótimas
impressões daqui. A equipe é maravilhosa. Vocês têm profissionais ‘top’. Em
cada sala que estivemos vimos a dedicação dos professores e a incrível
participação dos pais, que é fundamental. O primeiro dia que entrei em uma das
salas eu não sabia, eu fiquei confusa…quem era professora e quem era mãe de
aluno…gente isso é fantástico”, relatou Ana Cristina.
“É um sonho ter um lugar assim para nossas
crianças”, resumiu a socióloga Mira, que tem um filho de 9 anos diagnosticado
dentro do espectro do autismo.
“Ficamos muito felizes em saber que o
trabalho que está sendo realizado aqui no Centro de Autismo por nossos
profissionais está cruzando os limites do nosso Estado e, de certa forma,
servindo como referência para outras cidades, capitais. Penso que são os frutos
de um trabalho sério e feito com responsabilidade e respeito à nossa
população”, destacou Marcito Pinto.
Já para Dalva Rosa da Silva
Paiva Maria, diretora do Centro de Autismo, “a presença de profissionais de
outros estados aqui no Centro é de uma felicidade muito grande, mas também uma
responsabilidade muito grande. Uma pessoa que veio de Cuba disse que ouviu
falar no Centro de Autismo de Ji-Paraná lá. Um trabalho como o nosso,
totalmente gratuito, com a Prefeitura financiando tudo desde a alimentação até
o pagamento dos funcionários é um trabalho muito grande e uma responsabilidade
enorme”.
Texto: Cristian Menezes
Fotos: Cristian Menezes