segunda-feira, 26 de junho de 2017

Roda das Artes: foco na interação família/escola

           Para ver o Álbum do V Roda das Artes CLIQUE AQUI

Mudar assusta. Mexer no que está dando certo, então, soa como correr um risco desnecessário. Mas como saber se o que está bom não pode ficar melhor sem arriscar? Educar é, pois, correr riscos constantemente na busca pela excelência. Foi com base nesse pensamento que a Secretaria Municipal de Educação – Semed resolveu este ano mudar o Projeto Roda das Artes do Ginásio de Esportes Gerivaldão para as próprias unidades de ensino com a intenção de focar na interação comunidade/escola.

Em sua 5ª edição, o Roda das Artes deixa de ser realizado na quadra do Gerivaldão e passa a ser feito nas próprias escolas. Há quem esteja mais que aprovando e há os que não estão tão contentes assim. Porém, em uma avaliação preliminar, os prós têm superado os contras. As escolas da área rural, por exemplo, acham que ficou “tipo super demais”, na linguagem dos principais envolvidos, os alunos. Isto porque alunos de algumas escolas tinham que percorrer dezenas de quilômetros para chegarem à cidade e outras dezenas para voltarem para casa, tendo que, em alguns casos, madrugar para não perder o embarque.
A dificuldade de acesso não era “privilégio” só dos alunos das escolas rurais. Para os estudantes da área urbana a logística de transporte também complicava tudo, uma vez que tinha que ser traçada toda uma estratégia para buscar e levar os alunos de volta às respectivas escolas tudo dentro de um intervalo de tempo coincidente com o horário escolar. Toda essa logística para o transporte tendo que acontecer em um único dia acabava limitando o número de participantes, sendo que geralmente apenas uma turma de cada escola podia se apresentar.

Mais alunos, mais pais
Já com o evento acontecendo dentro das escolas acabou o problema da falta de tempo, uma vez que o Roda das Artes pôde ser realizado no período normal de aula. Acabou também o limite de turmas participantes e toda a escola pôde se apresentar. Conta fácil: Mais alunos se apresentando, mais pais na escola prestigiando.
A alimentação também foi um ponto complicado nas edições anteriores. O lanche das crianças tinha que ser trazido pelas escolas. A arquibancada do Gerivaldão se dividia entre país, alunos, professores e muitas caixas térmicas com água, suco, bolacha e pão com carne moída. Agora, com o Roda das Artes dentro das escolas, a hora do lanche virou uma festa à parte. Algumas unidades, como a escola Ulisses Matosinho, aproveitou o período de festa junina e serviu comidas típicas como canjica, bolo de milho e pipoca para os alunos.
“Acredito que foi muito boa a experiência, pois oportunizou os demais alunos a assistir e participar do evento, já que antes apenas uma turma se apresentava no Gerivaldão. Teve também uma boa participação dos pais, porque não precisaram se deslocar para a cidade, sem contar que o Roda das Artes sendo realizado nas escolas fortaleceu os laços entre família e escola”, argumentou Elecimar Batista da Silveira, diretor da Escola Ulisses Matosinho, localizada na 3ª Linha da Gleba G.

O importante é melhorar
Mas se tudo são prós, cadê os contras? Bom, o principal argumento de quem não está lá tão contente com a mudança está na questão da interação entre as escolas, ou melhor, na falta dela. A apresentação do projeto para a comunidade como um todo também ficou comprometida, uma vez que, dentro do período estipulado pela Semed, ficou a cargo de cada escola escolher a melhor data para a realização do Roda das Artes.
Tudo isso, de acordo com a coordenadora de Cultura da Semed, Suzana Rocha de Souza Azevedo será analisado depois da realização do evento por todas as escolas.
“Estamos analisando tudo e pesando os prós e contras. O Roda das Artes, sem dúvida, foi um projeto com resultados maravilhosos. Não descartamos a possibilidade de voltar o evento para o Gerivaldão, mas também não podemos descartar a possibilidade de que o projeto continue acontecendo nos próximos anos nas escolas mesmo. O que importa é a continuidade do Projeto e não ter medo de arriscar para melhorar”, concluiu Suzana.