Fazer operações matemáticas com uma calculadora na mão é fácil para quem enxerga bem, mas para quem tem a visão comprometida se torna algo muito difícil. Foi pensando na dificuldade de pessoas cegas ou com baixa visão que educadores, nas décadas de 1940 – 1950, resolveram trazer para o Brasil o uso do soroban, ou o ábaco japonês, instrumento de origem chinesa utilizada para calcular. Amanhã, dia 22, uma parceria entre Secretaria Municipal de Educação – Semed e Coordenadoria Regional de Educação – CRE traz a Ji-Paraná um professor de Rolim de Moura que ministrará palestra sobre deficiência visual e um curso de soroban para professores que trabalham nas salas de recursos das escolas públicas.
O professor Nelson das Neves da Silva é formado em Pedagogia com especialização em Docência. Ele é cego e suas habilidades com o soroban vêm de sala de aula, desde quando frequentou, na década de 1960, o Instituto Paranaense de Cegos - IPC, em Curitiba-PR, instituição referência no Brasil há quase um século no desenvolvimento integral e inclusão social de pessoas com deficiência visual. O professor leciona para cegos e pessoas com baixa visão em Rolim de Moura fazendo uso do soroban desde 1987.
De acordo com Maria Cecília Correa de
Souza, da Gerência de Educação Especial da Semed, a palestra do professor
Nelson é aberta ao público, mas o curso de soroban é específico para
professores que trabalham nas salas de recursos. A palestra deverá ter início
às 19h30, no Auditório da Semed.
“A palestra e o curso são para podermos
atender melhor nossos alunos com deficiência visual. O soroban é utilizado para
agilizar resoluções de problemas matemáticos, já que o instrumento funciona
como uma calculadora, cujo sentido mais utilizado na manipulação é o tato”,
explicou Cecília.