sexta-feira, 27 de setembro de 2013

Dia do Surdo: exemplo de cidadania e inclusão




Se você é um cidadão daqueles que coloca a mão no lado esquerdo do peito quando da execução do Hino Nacional Brasileiro, teria se emocionado muito ao ver o professor de Língua Brasileira de Sinais (Libras) Marcelo Ranzula interpretar para a plateia de surdos o símbolo maior de nossa pátria. E esta foi apenas uma das muitas surpresas na abertura do Dia do Surdo, comemorado nesta quinta-feira (26) no auditório da Coordenadoria Regional de Ensino (CRE) de Ji-Paraná. Nesta data são relembradas as lutas por melhores condições de vida, trabalho, educação, saúde, dignidade e cidadania. O dia 26 foi instituído pela Lei Federal nº 11.796, de 29 de outubro de 2008.
A realização do evento foi uma parceria entre a CRE e a Secretaria Municipal de Educação (Semed). Juntos, Estado e Município são responsáveis pelo atendimento de 50 alunos surdos ou com surdez parcial em Ji-Paraná. Somente a Semed atende nove alunos, o restante são alunos das escolas estaduais.
Além do acompanhamento do aluno surdo em sala de ala, a Gerência de Ensino Especial da Semed é responsável pela capacitação dos professores. Este mês encerrou-se uma capacitação em Libras, Nível Intermediário. Aproximadamente 30 pessoas, entre alunos, professores, acadêmicos e país de alunos participaram do curso.
De acordo com Maria Cecilia Ribeiro, gerente de Ensino Especial, já foram ministrados cursos Nível Básico e Intermediário em Libras. Agora, a Secretaria de Educação busca um instrutor para oferecer o curso Nível Avançado na linguagem de sinais.
Além de apresentações de escolas e encenações de teatro, fez parte da programação do Dia Nacional do Surdo uma passeata que saiu do Ginásio de Esporte Gerivaldo José de Souza, o Gerivaldão e foi até o cruzamento da Avenida Marechal Rondon com a Rua dos Mineiros. Lá, professores, instrutores, técnicos da Semed e CRE, pais e alunos surdos fizeram um pit stop com cartazes, faixas e a distribuição de panfletos.

Como tudo começou
De acordo com o site Direito de Ouvir, no dia 26 de setembro, a Federação Mundial dos Surdos celebra o Dia do Surdo internacionalmente no último domingo de setembro, normalmente no dia 30 de setembro. Mas no Brasil a escolha da data diferenciada é porque no dia 26 de setembro de 1857 foi inaugurada a primeira escola para surdos no país, com o nome de Instituto Nacional de Surdos Mudos do Rio de Janeiro, atual INESInstituto Nacional de Educação de Surdos, fundada pelo professor francês Hernest Huet com o apoio do imperador.
Na época, o Instituto era um asilo, onde só eram aceitos surdos do sexo masculino. Mas Huet, que era surdo, pretendia no instituto educar pessoas surdas unindo o método gestual francês com a linguagem oral brasileira. É este instituto – O INES, o maior divulgador da Linguagem Brasileira de Sinais e o responsável pela instauração da Lei nº 10.436, de 24 de Abril de 2002, que reconheceu a Libras como linguagem.