Se
você é um cidadão daqueles que coloca a mão no lado esquerdo do peito quando da
execução do Hino Nacional Brasileiro, teria se emocionado muito ao ver o
professor de Língua Brasileira de Sinais (Libras) Marcelo Ranzula interpretar
para a plateia de surdos o símbolo maior de nossa pátria. E esta foi apenas uma
das muitas surpresas na abertura do Dia do Surdo, comemorado nesta quinta-feira
(26) no auditório da Coordenadoria Regional de Ensino (CRE) de Ji-Paraná. Nesta
data são relembradas as lutas por melhores condições de vida, trabalho,
educação, saúde, dignidade e cidadania. O dia 26 foi instituído pela Lei Federal
nº 11.796, de 29 de outubro de 2008.
Além
do acompanhamento do aluno surdo em sala de ala, a Gerência de Ensino Especial
da Semed é responsável pela capacitação dos professores. Este mês encerrou-se
uma capacitação em Libras, Nível Intermediário. Aproximadamente 30 pessoas,
entre alunos, professores, acadêmicos e país de alunos participaram do curso.
De
acordo com Maria Cecilia Ribeiro, gerente de Ensino Especial, já foram
ministrados cursos Nível Básico e Intermediário em Libras. Agora, a Secretaria
de Educação busca um instrutor para oferecer o curso Nível Avançado na
linguagem de sinais.
Além
de apresentações de escolas e encenações de teatro, fez parte da programação do
Dia Nacional do Surdo uma passeata que saiu do Ginásio de Esporte Gerivaldo
José de Souza, o Gerivaldão e foi até o cruzamento da Avenida Marechal Rondon
com a Rua dos Mineiros. Lá, professores, instrutores, técnicos da Semed e CRE,
pais e alunos surdos fizeram um pit stop com cartazes, faixas e a distribuição
de panfletos.
Como tudo começou
De acordo com o site Direito de Ouvir, no dia
26 de setembro, a Federação Mundial dos Surdos celebra o Dia do Surdo
internacionalmente no último domingo de setembro, normalmente no dia 30 de
setembro. Mas no Brasil a escolha da data diferenciada é porque no dia 26 de
setembro de 1857 foi inaugurada a primeira escola para surdos no país, com o
nome de Instituto Nacional de Surdos Mudos do Rio de Janeiro, atual INES‐Instituto
Nacional de Educação de Surdos, fundada pelo professor francês Hernest Huet com
o apoio do imperador.
Na época, o Instituto era um asilo, onde só eram
aceitos surdos do sexo masculino. Mas Huet, que era surdo, pretendia no
instituto educar pessoas surdas unindo o método gestual francês com a linguagem
oral brasileira. É este instituto – O INES, o maior divulgador da Linguagem
Brasileira de Sinais e o responsável pela instauração da Lei nº 10.436, de 24
de Abril de 2002, que reconheceu a Libras como linguagem.