“Um dia
memorável para o autismo em Ji-Paraná”. Assim resumiu a diretora do Centro
Municipal de Atendimento Educacional Especializado para Autismo de Ji-Paraná –
CMAEE Autismo, Márcia Pereira de Souza sobre a caminhada do Dia Mundial da
Conscientização do Autismo, realizada no centro da cidade hoje pela manhã e
sobre a doação de um terreno feita à Associação de Pais e Amigos dos Autistas
de Ji-Paraná – AMAJI.
Pais,
educadores, familiares e amigos das crianças autistas atendidas no Centro
fizeram uma passeata toda em azul da Praça da Bíblia até a Praça Dom Bosco.
Esta é a quarta vez que eles se reúnem para lembrar o dia 2 de abril em
Ji-Paraná. Ao fim da caminhada foram soltos balões azuis simbolizando o espaço
e o reconhecimento conquistados até agora.
Por um
lado, a diretora do Centro comemora um ano de casa nova e o atendimento completo
a 16 crianças autistas, até então, cem por cento dos casos diagnosticados no
Município em crianças com menos de 14 anos. Por outro, Kamila Cazula exultava
com a doação feita pelo empresário Luis Bernardi. Ao fim da caminhada, em
frente à Igreja Dom Bosco, Bernardi assinou um documento passando o terreno de
1.117 metros quadrados, localizado no bairro Jardim Aurélio Bernardi, para a
AMAJI e se comprometendo também em doar mais 100 sacos de cimento para o início
da construção da sede da Associação.
“Não
temos palavras para expressar tamanha alegria que temos com esta doação.
Sabemos que é apenas o começo, afinal, a Associação tem apenas um ano, mas é um
bom começo e vamos batalhar para construirmos nosso espaço para atender mais
crianças”, disse, emocionada, a presidente da Associação, que é mãe de uma das
crianças atendidas pelo CMAEE Autismo.
No ano
passado, o Centro de Autismo atendia apenas 10 crianças. Hoje, um ano depois,
mais seis novos casos foram diagnosticados e as crianças já estão sendo atendidas.
Mais dois casos estão em fase de diagnóstico e deverão ser acolhidos pelo
Centro.
“Recebemos
ligações e visitas de muita gente de outras cidades que nem sabia qual era o
problema do filho. Agora que diagnosticaram o autismo, querem vaga aqui, mas não
temos condições de acolher. O trabalho é individualizado e os nossos
colaboradores precisam ser capacitados especificamente para lidar com o
autismo”, lembrou Márcia.
É por
isso que a possibilidade da AMAJI construir um espaço para ampliar o atendimento
está sendo tão comemorado. De acordo com Kamila, pelo menos 30 crianças com
idade acima de 14 anos já foram diagnosticadas com a síndrome e não estão
recebendo o atendimento adequado.
Autismo no mundo
A
pessoa com autismo apresenta uma indiferença aparente para com a realidade que
o rodeia. A síndrome aparece por volta dos 18 meses e é mais frequente em
meninos.
Uma
criança com autismo apresenta um déficit de desenvolvimento na linguagem,
rejeita contato físico e às vezes reage com irritação a alterações no seu
ambiente.
Em
crianças, o autismo é mais comum que o câncer, a Aids e o diabetes. Estima-se
que cerca de 2 milhões de brasileiros tenham autismo. No mundo, a Organização
das Nações Unidas – ONU estima que existam mais de 70 milhões de pessoas com a
síndrome.