A participação de representantes de diversos
segmentos ligados ao campo e a repercussão que já ultrapassou os limites da
cidade reafirmam o Seminário de Educação do Campo como um dos mais importantes
eventos do calendário educacional da região Central de Rondônia. A segunda
edição do Seminário realizado pela Prefeitura de Ji-Paraná, por meio da
Secretaria Municipal de Educação – Semed, teve início hoje pela manhã, na
Escola Família Agrícola – EFA/Ji-Paraná. Mais de 300 pessoas estão inscritas no
evento, que tem dois dias inteiros de intensa programação.
O Seminário foi aberto com uma retrospectiva de
trabalho da edição anterior. Sob coordenação do professor doutor da
Universidade de Lavras/MG, José de Arimatéia Dias Valadão, este primeiro
momento serviu para que os membros da Comissão de Articulação da Educação do
Campo pudessem expor ao público os resultados, os frutos do primeiro encontro
implementados já a partir deste ano, destacando-se entre eles, a flexibilização
do calendário escolar das unidades de ensino da área rural, respeitando as
particularidades de cada região, e a formação de uma comissão para fiscalizar e
avaliar o transporte escolar da Rede de Ensino Municipal na área rural.
Ainda pela parte da manhã estava programada uma
importante palestra com o presidente da Fetagro, Fábio Assis de Menezes, sobre
“A Importância e a Concepção da Educação do/no e para o Campo”.
Após o almoço, oferecido pela organização no próprio
local do Seminário, seria a vez da professora doutora Marilza Miranda de Souza,
Da Universidade Federal de Rondônia – Unir, campus de Rolim de Moura, falar
sobre “Concepção, Organização, Metodologia e Estratégias sobre as Tendências
Curriculares que Atendam as Necessidades Campesinas de Ji-Paraná”.
Segundo
dia
Na sexta-feira pela manhã, os trabalhos no Seminário
serão abertos com uma discussão com o tema “Marcos normativos e diretrizes para
a Educação do Campo”, com a coordenação da professora doutora Josélia Gomes
Neves, da Unir, campus de Ji-Paraná, que na sequência palestra sobre “Políticas
Públicas de Apoio à Permanência do Homem no Campo”.
Na parte da tarde estão marcadas reflexões e
encaminhamentos de propostas de implementação de programas, metodologias e
estratégias que atendam a Educação do Campo. A partir das 16 horas haverá um
momento para avaliação do evento pelos participantes e logo em seguida
recomposição e apresentação da Comissão de Articulação da Educação do Campo.
Importância
da reflexão
“Plantamos as primeiras sementes deste importante
encontro no ano passado e já começamos a colher pequenos frutos. Penso que a boa
safra mesmo virá daqui dois anos, quando os alunos das escolas do campo, cujos
diretores, professores, pais... estão participando dos Seminários, começarem a
retornar os conhecimentos resultantes deste trabalho ao seu meio, à sua
família, à sua comunidade. Desejo que este encontro seja tão ou mais proveitoso
que o encontro anterior e que ao final todos conseguiam refletir sobre o papel
da educação na comunidade em que está inserido e principalmente consiga fazer
uma reflexão sobre si mesmo, pessoal. Sabemos que reivindicações de melhorias
são importantes, mas estas reivindicações devem ser construídas em cima de
reflexões do que já foi e do que está sendo feito e também do papel do educador
dentro deste contexto todo que é a educação do campo. Espero que os gestores
saiam daqui vendo além dos números. Que levem em consideração que se hoje o
número de alunos nas escolas do campo é pequeno talvez seja porque não temos
políticas públicas voltadas para essa realidade e que os alunos que estão lá,
na sala de aula, não podem pagar por isso, pelo contrário, eles merecem, eles
têm o direito de estar ali e de receberem tratamento igual ao de qualquer aluno
da Rede Pública de Ensino”, salientou a secretária de Educação, professora
mestra Leiva Custódio Pereira em seu pronunciamento de abertura do Seminário.