segunda-feira, 24 de novembro de 2014

Autismo: flores e carta em reconhecimento ao trabalho realizado em Ji-Paraná



Pais e mães de crianças atendidas no Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado para Autismo de Ji-Paraná – CMAEE Autismo resolveram prestar homenagem à Administração Municipal, à Secretaria Municipal de Educação e à equipe do Centro em agradecimento aos cuidados dispensados aos filhos deles entregando à secretária Leiva Custódio, no último dia 20, um buquê de rosas e uma carta na qual se colocam à disposição para “ajudar no que for preciso”. O trabalho desenvolvido pela educadora Márcia Pereira Souza, diretora do Centro, com crianças autistas começou em 2008, com duas crianças apenas, mas foi somente na atual administração que foi instituído o Centro de Autismo, fechando o ano de 2013 estabelecido em um local maior e com melhores condições, ampliando o atendimento para 18 crianças.
“(…) Estamos certos que o trabalho realizado pelo Município é o melhor da região amazônica, ousamos ainda, declará-lo como o melhor atendimento público na área em todo o Brasil(..)”. Este é um trecho da carta assinada por quase todos os pais dos alunos à secretária Leiva. O texto destaca ainda o progresso das crianças com as mudanças terapêuticas promovidas pela equipe do Centro e a busca dos profissionais do CMAEE Autismo por novos métodos, técnicas e procedimentos que resultaram em mais qualidade de vida tanto para as crianças quanto para as famílias delas.
“Quando eu vi aquilo ali, no Centro, eu disse: é isso que eu vi na internet, isso é o melhor para minha filha. É o tipo de tratamento que eu pagava R$ 1.100,00 em Porto Velho para ter e aqui é oferecido pela Prefeitura. Isso não é fruto de uma administração qualquer, mais de uma administração comprometida. Isso é uma análise minha, como pedagoga, mãe e cidadã”, lembrou Nágila Bandeira, mãe da Ester, de 3 anos, aluna do CMAEE Autismo desde o início do ano.

Continuidade e ampliação
Ainda na carta, os pais solicitam continuidade no trabalho que tem sido realizado no Centro de Autismo, se possível, com ampliação do atendimento para o próximo ano, o que implica um espaço maior, aumento no atendimento especializado (psicólogos, fonoaudiólogos e fisioterapeutas) e a capacitação dos profissionais nos novos métodos implantados este ano.
Os pais sugerem também projetos de medidas preventivas educacionais que podem ser implantados no Município com apoio deles, da APP do Centro e da iniciativa pública em todas as suas esferas, como por exemplo, a elaboração de um currículo sensorial no desenvolvimento infantil de 6 meses a 3 anos com intervenção precoce nas creches municipais; o mapeamento preventivo de crianças com Transtornos Global do Desenvolvimento (TGDs), nos quais está incluído o autismo, na saúde familiar; e a criação de um programa de capacitação para profissionais, familiares e avaliações das crianças com base nas práticas vivenciadas no Centro de Autismo de Ji-Paraná.
“Quando nossas crianças mais que especiais, pois especiais são todas as crianças, chegam para gente, elas não vêm com manual. Precisamos aprender, a duras penas, a lidar com elas. Nossas propostas de uma intervenção precoce e de um programa de capacitação para profissionais e familiares auxiliariam justamente aí, possibilitando uma troca entre os pais e profissionais para dar um suporte às famílias o quanto antes”, concluiu Nágila.

Esforço global

“Tudo o que fizemos até agora e que viermos a fazer ainda com relação ao autismo, tudo, eu também, como vocês, sou grata ao prefeito (Jesualdo Pires) e à visão dele. Lembro que nas primeiras vezes que falamos sobre o assunto já era do conhecimento dele as dificuldades que enfrentaríamos. Ele sabia que tudo relacionado ao autismo é muito caro, exige muita gente e muito comprometimento. Ele sabia também que quanto mais a gente melhorasse o atendimento, mais gente iria nos procurar. Mesmo assim ele quis fazer, sempre foi prioridade para ele. Só temos a agradecer a vocês pais pela parceria e claro, lembrar que o autismo é um problema que todos temos que lidar, todas as esferas da administração pública. A gente sempre fala em crianças autistas, mas não podemos esquecer que essas crianças vão crescer, vão se tornar adolescentes, jovens e adultos autistas e que precisam continuar a serem atendidas. Estamos abertos para trabalhar com outros órgãos da administração pública, outras secretarias e outras esferas administrativas para dar continuidade ao trabalho que está sendo desenvolvido”, concluiu a secretária Leiva às mães e ao pai que a visitaram na Secretaria.