terça-feira, 25 de agosto de 2015

Seminário de Educação do Campo: mais um sucesso

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Uma oportunidade ímpar para reunir segmentos dos mais diversos em torno da questão educação do campo. Esta é avaliação feita pela organização do III Seminário de Educação do Campo de Ji-Paraná, realizado na última quinta e sexta-feira, na quadra esportiva da Escola Família Agrícola (EFA/Itapirema).
Os principais atores da educação em Rondônia, representantes de entidades ligadas ao campo como Federação dos Trabalhadores na Agricultura de Rondônia (Fetagro), Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), Escola Família Agrícola (EFA Itapirema), Secretaria municipal de Educação de Ji-Paraná (Semed), Universidade Federal de Rondônia (Unir), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) e Sindicato dos Trabalhadores Rurais estiveram presentes ao evento.
Dois representantes da Secretaria de Educação de São Mateus, Espirito Santo, o professor mestre José Roberto Gonçalves de Abreu, secretário municipal de Educação de São Mateus, e o professor Francisco José de Souza Rodrigues, gerente de Educação do Campo, também contribuíram com os debates trazendo suas vastas experiências na educação quilombola e no dia-a-dia de uma rede municipal de ensino com maioria das escolas (61 das 109) na área rural.
Palestras e debates acalorados suscitaram a necessidade de uma didática diferenciada para a educação do campo, bem como a construção de um currículo que privilegie a permanência do aluno próximo à família.
Já as apresentações das experiências exitosas vivenciadas no campo pelas escolas da área rural de Ji-Paraná apontaram caminhos possíveis, destacando o salto qualitativo na aprendizagem dos alunos do campo quando as disciplinas ditas tradicionais são ministradas fora do ambiente da sala de aula, ganhando significação para eles.
Foram destacados também recentes investimentos da Administração Municipal nas escolas rurais, com a construção de hortas com canteiros em alvenaria, cobertura em sombrite e sistema de irrigação aérea, bem como a reestruturação de escolas com peculiaridades voltadas à educação do campo, como é o caso da construção de salas de descanso para os professores. Uníssona, a gratidão dos gestores na atenção dada às escolas da área rural pelo atual prefeito, Jesualdo Pires, e pela secretária de Educação, Leiva Custódio Pereira.
“Sabemos que muito ainda precisa ser feito nas nossas escolas rurais, mas tudo que já foi realizado é para nós motivo de alegria. É importante tanto para o aluno, para o professor como para o gestor saber que está sendo olhado, tendo suas reivindicações, na medida do possível, atendidas. Uma grande reforma e reestruturação como a que tivemos em nossa escola nunca foi feito e isso muito nos orgulha e incentiva a fazer mais e melhor”, disse a diretora da escola Pérola (Linha 98 – Setor Riachuelo), Maria Aparecida Gomes da Silva.

Indignações
Como a simples presunção de unanimidade em ambientes de debate é por si, no mínimo, uma incongruência filosófica e mesmo semântica, o discurso do diretor da EFA, escola anfitriã do evento, Pedro José dos Santos sobre a falta de investimentos por parte da administração pública, pondo em risco a própria existência da escola, foi recebida pelo público com preocupação.
“Gostaríamos de ter experiências exitosas para apresentar a todos, mas na nossa atual situação, apenas o fato de estarmos com as portas abertas e ofertando, ainda, uma educação de qualidade para todos os nossos alunos, oriundos de 22 municípios do Estado, sem o menor apoio das esferas Estadual ou Federal já é para nós uma grande conquista”, lamentou Santos.
Preocupante também foi a observação da secretária Leiva, que, demonstrando indignação, alertou aos gestores das escolas convidadas ao grande número de faltosos no segundo dia do evento, o que para ela, é uma “falta de compromisso com a educação”, passível de sanções por parte da gestão das escolas, uma vez que, “é feito todo um esforço conjunto da Administração para a realização do Seminário e o mínimo que se espera é a presença, a participação das pessoas que fazem as inscrições. Ninguém é obrigado a se inscrever, faz quem quer. Mas uma vez inscrito é até uma obrigação moral a participação”, desabafou Leiva.