quinta-feira, 6 de abril de 2017

Merenda escolar: mesmo com inflação em alta, Município compra mais da agricultura familiar

Os alunos são beneficiados com a qualidade dos alimentos da agricultura familiar
De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o grupo de despesas dos alimentos tem sido o grande vilão da inflação desde 2015 no Brasil. A alta de preços desse grupo específico medido pelo Índice de Preços ao Consumidor – Amplo (IPCA) registrou mais de 12% quando a Inflação Oficial registrava 10,67% em 2015, e impediu a desaceleração da inflação em 2016 chegando a marca de 8,62% contra uma Inflação Oficial de 6,29%, abaixo do teto estipulado pelo Governo Federal. O resultado disso, como não poderia deixar de ser, refletiu aqui em Ji-Paraná, na merenda escolar, mais especificamente no percentual da merenda adquirido da agricultura familiar.

O município continua investindo mais que o determinado pela Lei nº 11.947/2009, que determina que no mínimo 30% do valor repassado a Estados e Municípios pelo Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE) para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) dever ser oriundo da agricultura familiar. Em termos de valores reais, Ji-Paraná, na contramão de diversos municípios brasileiros, vem numa linha crescente desde 2014.
Porém, percentualmente, este índice teve uma ligeira queda em relação ao ano anterior. Em 2014, Ji-Paraná excedeu em 2,3 pontos percentuais o piso estipulado pela União (cerca de R$ 200 mil em valores reais); em 2015, o Município comemorou incríveis 42,69% da merenda escolar investidos na agricultura familiar. Acontece que, quando este índice foi registrado, o investimento em valores reais foi de R$ 311.110,25. Já em 2016, o valor real de tudo que foi adquirido da agricultura familiar para a merenda escolar alcançou a casa dos R$ 322.031,16, ou seja, uma alta de pouco mais de 3,5% em relação a 2015, mas em relação ao percentual investido no ano anterior registrou-se uma baixa de 5,1% (37,5%).

Queda na colheita
Isto se deu porque, segundo técnicos da Secretaria Municipal de Educação (SEMED), os alimentos adquiridos pelas escolas dos comércios atacadistas e varejistas, uma vez que não são ou mesmo não podem ser fornecidos pela agricultura familiar, tiveram alta significativa, forçados, de acordo com as estatísticas do IBGE, pela queda na produção agrícola em 2016 de cerca de 12% abaixo da colhida em 2015.
Para o prefeito de Ji-Paraná, Jesualdo Pires (PSB), mesmo com esse cenário econômico adverso, todos estes números revelam dados importantes para a economia do Município. O primeiro é que a agricultura familiar em Ji-Paraná, graças à política de valorização e apoio ao pequeno agricultor implantada pela atual administração, está bem estabelecida e vem crescendo anualmente; o segundo é que adquirir produtos da agricultura familiar não só é viável como pode gerar economia para os cofres públicos, pois se continuamos alimentando um número maior de alunos e os valores investidos para isso são menores que a inflação, significa que os produtos da agricultura familiar não sofrerão tanto com as questões inflacionárias forçadas pelo mercado comum.

Resultado mais que positivo
“O resultado de toda essa complicada matemática, como atestam nossos técnicos do setor responsável pela merenda escolar, endossado pelo setor de Nutrição é que adquirir alimentos da agricultura familiar não só é bom, mas excelente para a saúde - tanto das crianças, que consomem diariamente uma merenda com produtos naturais, de boa procedência e em conformidade com o que eles estão acostumados a comer em casa; quanto da economia do munícipio, que compra mais, paga menos e ainda por cima gera emprego e fortalece o campo”, concluiu a secretaria Leiva Custódio Pereira.