Os alunos são beneficiados com a qualidade dos alimentos da agricultura familiar |
De acordo com o Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística (IBGE), o grupo de despesas dos alimentos tem sido o
grande vilão da inflação desde 2015 no Brasil. A alta de preços desse grupo
específico medido pelo Índice de Preços ao Consumidor – Amplo (IPCA) registrou
mais de 12% quando a Inflação Oficial
registrava 10,67% em 2015, e impediu a desaceleração da inflação em 2016
chegando a marca de 8,62% contra uma Inflação Oficial de 6,29%, abaixo do teto
estipulado pelo Governo Federal. O resultado disso, como não poderia deixar de
ser, refletiu aqui em Ji-Paraná, na merenda escolar, mais especificamente no
percentual da merenda adquirido da agricultura familiar.
O município continua investindo mais que o determinado pela Lei nº 11.947/2009, que determina que no mínimo 30% do valor repassado a Estados e Municípios pelo Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE) para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) dever ser oriundo da agricultura familiar. Em termos de valores reais, Ji-Paraná, na contramão de diversos municípios brasileiros, vem numa linha crescente desde 2014.
Porém,
percentualmente, este índice teve uma ligeira queda em relação ao ano anterior.
Em 2014, Ji-Paraná excedeu em 2,3 pontos percentuais o piso estipulado pela
União (cerca de R$ 200 mil em valores reais); em 2015, o Município comemorou
incríveis 42,69% da merenda escolar investidos na agricultura familiar. Acontece
que, quando este índice foi registrado, o investimento em valores reais foi de
R$ 311.110,25. Já em 2016, o valor real de tudo que foi adquirido da
agricultura familiar para a merenda escolar alcançou a casa dos R$ 322.031,16,
ou seja, uma alta de pouco mais de 3,5% em relação a 2015, mas em relação ao
percentual investido no ano anterior registrou-se uma baixa de 5,1% (37,5%).
Queda na colheita
Isto se deu porque, segundo técnicos da
Secretaria Municipal de Educação (SEMED), os alimentos adquiridos pelas escolas
dos comércios atacadistas e varejistas, uma vez que não são ou mesmo não podem
ser fornecidos pela agricultura familiar, tiveram alta significativa, forçados,
de acordo com as estatísticas do IBGE, pela queda na produção agrícola em 2016
de cerca de 12% abaixo da colhida em 2015.
Para o prefeito de Ji-Paraná, Jesualdo Pires (PSB), mesmo com esse cenário econômico adverso, todos estes números revelam dados importantes para a economia do Município. O primeiro é que a agricultura familiar em Ji-Paraná, graças à política de valorização e apoio ao pequeno agricultor implantada pela atual administração, está bem estabelecida e vem crescendo anualmente; o segundo é que adquirir produtos da agricultura familiar não só é viável como pode gerar economia para os cofres públicos, pois se continuamos alimentando um número maior de alunos e os valores investidos para isso são menores que a inflação, significa que os produtos da agricultura familiar não sofrerão tanto com as questões inflacionárias forçadas pelo mercado comum.
Resultado mais que positivo
“O resultado de toda essa complicada
matemática, como atestam nossos técnicos do setor responsável pela merenda
escolar, endossado pelo setor de Nutrição é que adquirir alimentos da
agricultura familiar não só é bom, mas excelente para a saúde - tanto das
crianças, que consomem diariamente uma merenda com produtos naturais, de boa
procedência e em conformidade com o que eles estão acostumados a comer em casa;
quanto da economia do munícipio, que compra mais, paga menos e ainda por cima
gera emprego e fortalece o campo”, concluiu a secretaria Leiva Custódio
Pereira.