Justamente na Semana do Autismo, uma
ótima notícia para pais e alunos autistas: representantes da Associação de Pais
e Amigos dos Autistas de Ji-Paraná – AMAJI entregaram ontem, dia 3, ao prefeito
Jesualdo Pires, um documento pedindo a cedência do prédio onde até o ano
passado funcionava a Escola São Gabriel, localizada na Linha União, km 16, para
servir como sede da Associação e como um centro de atendimento especializado
para jovens autistas. O Prefeito não só foi receptivo à iniciativa da entidade
como já solicitou, de pronto, da secretária de Educação do Município, Leiva
Custódio Pereira e do secretário de Desenvolvimento e Relações Institucionais,
Ari Saraiva que sejam feitos os estudos de viabilidade jurídico/institucional para
dar início ao processo de doação ou mesmo de comodato daquela estrutura para a
AMAJI.
Segundo explicaram ao prefeito a diretora do Centro Municipal de Atendimento Educacional Especializado para Autismo de Ji-Paraná – CMAEE Autismo, Márcia Pereira de Souza e Marinez Hubner, presidente da AMAJI, hoje, o quem tem preocupado não só a direção do Centro de Autismo quanto os pais dos alunos autistas é a descontinuidade do atendimento ao aluno autista quando ele atinge o limite de idade em que pode permanecer no Centro. Teoricamente, o aluno estaria apto a frequentar o ensino regular, porém, na prática nem sempre funciona assim, uma vez que o grau de comprometimento varia de indivíduo para indivíduo, e, mesmo atingindo uma certa maturidade cognitiva ele ainda assim necessita das terapias e de um acompanhamento especializado para que não corra o risco de uma estagnação ou mesmo regressão na aprendizagem deste aluno autista.
“É um presente tanto para a AMAJI
quanto para o Centro. É muito difícil quando temos que nos despedir de um aluno
que está com a gente desde pequeno sem saber para onde ele vai. Agora a gente
poder dizer para a mãe: teu filho está sendo transferido para a AMAJI. Porque a
AMAJI vai dar continuidade àquele trabalho que é realizado no Centro, ele vai
ter as terapias, o acompanhamento necessário…então a mãe já sai de lá
sorridente, ela não vai precisar mais recorrer ao Ministério Público para
brigar para que o filho permaneça no Centro porque não existe outro
atendimento”, comemorou Márcia.
Desafio
Jesualdo Pires elogiou a iniciativa dos
membros da associação ao “abraçar tão grande responsabilidade” e se dispôs a
ajudar “no que for possível” para o sucesso da Associação em mais esta
“batalha”.
“É uma responsabilidade grande, uma vez
que a partir do momento em que a Associação receber esse prédio público, a
manutenção dele passa a ser da Associação. Eu admiro muito a iniciativa porque
realmente não é uma tarefa fácil, mas é para isso que estamos aqui, para apoiar
e ajudar estas iniciativas que só vêm a somar, a melhorar a qualidade de vida
de nossos munícipes”, destacou o Prefeito.
“Estivemos lá e gostamos muito do
espaço. A princípio a gente estava procurando uma sala e veio essa
possibilidade do prédio onde funcionava a escola. Nosso objetivo é montar um
espaço para equoterapia, uma horta sensorial, uma cozinha terapêutica…enfim
receber os alunos que saem do Centro de Autismo e dar continuidade ao
desenvolvimento deles. Portanto, só temos a agradecer esse apoio, em nome de
todos os pais de crianças e jovens autistas, porque isso, principalmente para
mim que tenho filho autista, é um sonho que estamos realizando”, finalizou a
presidente da AMAJI, Marinez Hubner.
Providencial
Ainda durante a reunião com
os representantes da AMAJI e do Centro de Autismo, Jesualdo Pires destacou a
presença dos vereadores Lorenil Gomes da Silva (PSC) e Clodoaldo Cardoso (PR)
que, por coincidência, ou como disseram os próprios vereadores, “obra de Deus”,
permaneceram no Gabinete após uma reunião a qual participaram. Acontece que
tanto Lorenil quanto Clodoaldo têm na família crianças com deficiência e se
prontificaram a ajudar a AMAJI a interceder junto ao Governo do Estado para
firmar parceria que venha a possibilitar a implantação dos projetos da
Associação em Ji-Paraná.