terça-feira, 9 de maio de 2017

Participação em seminário no Sul resulta em oficinas para o Educampo

O Seminário em Erechim/RS teve participação de representantes de todo o País
A Oficina de Bonecas Negras foi realizado na escola Bárbara Heliodora
As bonecas servem para trabalhar questões como o racismo nas escolas rurais

A troca de experiências sobre a educação do campo foi o que levou à participação de servidores da Secretaria Municipal de Educação (SEMED) em um evento internacional ocorrido em Erechim, extremo Sul do País, no fim de março. Além de expor os resultados obtidos com o projeto Educampo em Ji-Paraná para milhares de participantes do Brasil e de países vizinhos, importantes contatos foram mantidos já visando a edição deste ano do Seminário de Educação do Campo, evento realizado pela Prefeitura de Ji-Paraná que já se tornou referência em Rondônia.

Segundo a coordenadora de Educação do Campo da Semed, Janete de Araújo Pereira, o presidente da Comissão de Implantação do Educampo, Eberson Renato Souza Santos e a professora da escola Bárbara Heliodora, Simoni de Carvalho Santos, o objetivo do III Seminário Internacional de Educação do Campo e III Fórum de Educação do Campo da Região Norte do Rio Grande do Sul: Resistência e emancipação Social e Humana, realizado pela Universidade Federal da Fronteira Sul – UFFS/Campus Erechim, foi a produção de conhecimento em Educação do Campo.
Ji-Paraná entrou com pedido de participação no Seminário na modalidade Resumo Expandido e Banner, uma espécie de artigo cientifico, que, em sendo aprovado pela comissão organizadora, dá o direito do participante expor e debater seu projeto no seminário. Analisado, o Projeto Educampo foi aceito e participou com pelo menos outros 40 trabalhos de várias regiões do país e de países vizinhos, como Uruguai e Argentina.

Oficinas
Além da exposição do Projeto, Janete, Eberson e Simoni participaram de palestras e de diversas oficinais sobre educação do campo, com destaque para a Oficina de Bonecas Negras e a oficina sobre agroecologia, ambas apresentadas por acadêmicos e corpo discente da própria UFFS. A primeira, nascida de experiência com comunidades quilombolas, trabalha com a temática do racismo e a valorização da mulher, oficina esta que já foi replicada em Ji-Paraná com as escolas participantes do Projeto Educampo, Bárbara Heliodora (4ª Linha da Gleba G), Professor Edson Lopes (Linha 20, Setor Itapirema), Nova Aliança (Linha 86, Setor Riachuelo) e Pérola (Linha 98, Setor Riachuelo). A segunda também vai virar oficina no Projeto Educampo. De acordo com Janete, a coordenação de Educação do Campo está organizando o material e ultimando uma parceria com a EMATER para levar aos professores do Projeto conhecimentos sobre compostagem, biofertilização e o aproveitamento de alimentos como adubo orgânico e mesmo como alimentação alternativa.
“Houve um envolvimento, uma interação muito interessante na Oficina de Bonecas Negras feita para os professores. Debatemos questões sensíveis como a discriminação de crianças negras nas escolas rurais e mesmo a visão que a criança negra tem de si mesma”, explicou Janete.

Convite aceito
Entre as oficinas e palestras, o grupo ji-paranaense entrou em contato com o coordenador do Seminário, Denilson da Silva e fez o convite para que ele participasse do V Seminário de Educação do Campo em Rondônia, que acontece no próximo mês de agosto. O convite foi prontamente aceito, e o coordenador do curso de Educação do Campo da UFFS já está na programação do Seminário com palestra e oficinas.
“Eles acharam que nós estamos inovando ao tratar da educação do campo em uma região (Norte) em que as causas, as lutas pela valorização do campo não são tão fortalecidas pelos movimentos sociais organizados, tanto regionais quanto nacionais, ligados ao campo, diferentemente de lá, no Rio Grande do Sul, em que a questão é muito politizada e debatida constantemente”, resumiu a coordenadora de Educação do Campo da Semed.