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“Durante
muito tempo a educação do campo foi esquecida. A educação do campo é uma
modalidade de ensino especifica, deveria ter uma visibilidade tanto quanto a
Educação Especial e a Educação de Jovens e Adultos. Mas o que nós temos feito
hoje no nosso sistema de ensino é apenas transferir para o campo aquilo que nós
aplicamos na cidade. Em termos acadêmicos, nós temos alunos e professores no
campo tão bons quantos alunos e professores da cidade. Portanto não se trata só
de conhecimento acadêmico, mas da concepção de ‘campo’. Trata-se do
entendimento da importância dessa pessoa que vive no campo e da importância
daquilo que ele produz. Eu penso que uma proposta de educação do campo vai além
da metodologia. Ela não precisa ser necessariamente de alternância, ela precisa
ser uma proposta concreta, que coloque no centro dos nossos conteúdos o campo”.
O
seminário está sendo organizado pela coordenadora de Educação do Campo da
Semed, Jordeci Rodrigues juntamente com equipe técnica da Secretaria.
A
parceria com a EFA surgiu da busca por alternativas pedagógicas para levar às
escolas rurais do município. A EFA trabalha com a Pedagogia da Alternância,
proposta que consiste em mesclar períodos em regime de internato na escola com
outros em casa, ou seja, os alunos têm as disciplinas regulares do currículo do
Ensino Fundamental e do Médio, além de outras voltadas à agropecuária. Quando
retornam para casa, devem desenvolver projetos e aplicar as técnicas que
aprenderam em hortas, pomares e criações.
A ideia, segundo Leiva
custódio, é aproveitar o que tem dado certo nesta metodologia e criar uma
metodologia própria para a educação rural do Município, respeitando suas peculiaridades.
Daí a importância do seminário no sentido de levantar propostas para esse novo
modelo de Educação do Campo.
Quanto
à importância do seminário, o prefeito Jesualdo Pires lembrou que “Aqui nós
vamos começar e aprofundar uma discussão para saber quais as melhores
alternativas para nossos alunos, qual o melhor caminho a ser tomado (...) será
a Pedagogia da Alternância, como é trabalhado nas EFAs? Penso que é um bom
início. Porque ela faz com que o jovem, o estudante tenha o conhecimento
teórico dentro da escola e o conhecimento técnico também. Com o tempo eles
passam a aplicar isso dentro da propriedade, passa a ter um vínculo maior com a
terra também. Antigamente, o próprio professor do campo dizia para o aluno: “você
precisa estudar bastante para não ficar igual ao seu pai, no sítio” isso é um
absurdo (...) o jovem tem que estudar bastante, aprender muito para também ter
condições de se desenvolver no campo (...) ele tem que ter opção, ele pode ir
para a cidade se quiser, mas se ele se sente melhor no campo ele tem que ter
essa opção, essa oportunidade”.
Programação
Pela
manhã, aconteceu uma palestra sobre Políticas Públicas para a Educação do
Campo, ministrada pela assessora da Contag-Brasília, Eliane Novaes Rocha. À
tarde estava marcada uma mesa redonda sobre Análise da Atual Conjuntura da
Educação do Campo, com participação de Fábio Assis de Menezes, da
Fetagro/Ji-Paraná, Matilda Lima, da Via Campesina/Ouro Preto do Oeste e da
professora doutora Marilsa Miranda de Souza, da Unir/Ji-Paraná. Antes do
encerramento dos trabalhos, ainda haveria uma Oficina Diagnóstica, tendo como
mediador José de Arimatéia.